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Formação de monitora do Espaço Infantil reforça compromisso do Programa Autonomia e Renda com inclusão e permanência estudantil no IFMG Betim

publicado: 12/12/2025 11h05, última modificação: 12/12/2025 11h05

Na primeira semana de dezembro de 2025, a colaboradora Dayane Fonseca, monitora do Espaço Infantil do Programa Autonomia e Renda no IFMG Betim, apresentou com êxito, na Pontifícia Universidade Católica, o Trabalho de Conclusão de Curso “Estratégias Pedagógicas para Promoção da Comunicação Não-Violenta no Ambiente Escolar: abordagens voltadas para a inclusão de alunos com TDAH”.

O estudo evidencia a importância de práticas pedagógicas baseadas em sensibilidade, comunicação ética e construção de vínculos — fundamentais em um contexto em que o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta de 5% a 7% das crianças e adolescentes em idade escolar, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2022). Pesquisas brasileiras, como as desenvolvidas pelo Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC, 2020), reforçam que a Comunicação Não Violenta (CNV) fortalece relações entre estudantes e professores, sobretudo em ambientes de vulnerabilidade social.

No Programa Autonomia e Renda, esse tipo de abordagem dialoga diretamente com a missão dos Espaços de Recreação Infantil: garantir que estudantes responsáveis por crianças consigam permanecer nos cursos com tranquilidade e segurança. A necessidade desse suporte é evidente quando se considera que 11,5 milhões de mulheres brasileiras criavam seus filhos sozinhas em 2022, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, Síntese de Indicadores Sociais, 2023). A falta de apoio para cuidado infantil figura entre as principais barreiras para continuidade educacional, conforme indica o relatório global “Progress on the Sustainable Development Goals” da ONU Mulheres (2022), que aponta que políticas com oferta de espaços de cuidado aumentam significativamente a permanência e conclusão de cursos por mulheres de baixa renda. 

É nesse cenário que a formação de Dayane ganha ainda mais relevância. Sua pesquisa sobre comunicação acolhedora e estratégias de inclusão reforça a qualidade do trabalho desenvolvido no Espaço Infantil do IFMG Betim, onde ela recebe crianças de 4 a 11 anos enquanto suas mães participam do curso Técnico em Mecânica. Segundo ela, o trabalho realizado no Espaço Kids dialoga diretamente com os princípios estudados no TCC. Como explica: “No Espaço Kids, percebo que acolhimento, escuta ativa e atividades lúdicas criam um ambiente seguro onde as crianças se sentem compreendidas e conseguem expressar suas necessidades. Esse cuidado também contribui para a permanência das mães estudantes, que conseguem participar das atividades formativas com assiduidade. Meu estudo sobre Comunicação Não Violenta (CNV) e estratégias inclusivas para alunos com TDAH dialoga com essa prática diária, reforçando a importância de uma comunicação sensível para promover bem-estar, autonomia e inclusão.”  Para o coordenador do curso, Prof. Dr. André Félix, o estudo apresentado confirma, de forma acadêmica, competências já percebidas pela equipe e pelas famílias atendidas: “É certo que a Dayane desenvolve um ótimo trabalho pelo curso e este estudo vem reforçar sua capacidade técnica no relacionamento com todas as pessoas. Sua postura acolhedora nos transmite a confiança necessária no trabalho de cuidar dos filhos das alunas do curso, enquanto estas mães se dedicam ao aprendizado em sala.” 

O impacto do apoio oferecido pelo espaço é reconhecido diariamente pelas próprias estudantes. A aluna Gleisiane Ferreira Oliveira, mãe de Benício (4 anos), relata a mudança proporcionada pela ação: “Antes do espaço kids acontecer, eu precisava me organizar muito para conseguir participar das aulas e ao mesmo tempo cuidar do meu filho. Agora, com esse espaço organizado e preparado, tudo ficou muito mais fácil. Posso participar do curso e ainda contar com uma sala com monitora e brinquedos; é um gesto de acolhimento que faz toda a diferença.” 

Camila Cristina Silva Gomes, mãe de três crianças, reforça que a existência do espaço garante sua frequência mesmo diante de imprevistos: “Está sendo muito legal, as crianças estão gostando muito! É um ambiente diferente para eles, e eles gostaram muito da Dayane. Me ajudou muito, porque diversas vezes tinha que perder parte das aulas, pois tinha que aguardar meu esposo chegar do trabalho. Agora, sempre que tem esses imprevistos, posso levar os meninos.”  

Do ponto de vista institucional, a presença de profissionais qualificados reafirma o compromisso do Programa Autonomia e Renda com políticas de permanência sensíveis à realidade dos estudantes. Para Helen Cristina do Carmo, integrante do apoio pedagógico e membro da equipe multiprofissional, iniciativas como essa ampliam o alcance social do programa: “Vejo essa iniciativa como uma ação que ultrapassa o campo pedagógico e alcança o social. Ela cria condições reais para que os estudantes permaneçam na escola com dignidade, sentindo-se acolhidos e reconhecidos em suas singularidades. Quando um processo formativo se preocupa em ofertar um espaço infantil para que as mães possam estudar, a mensagem transmitida é clara: você é bem-vinda, você não incomoda — reconhecemos sua trajetória e valorizamos você integralmente.” 

Atuando no período das aulas, o Espaço Infantil segue normas de segurança, acolhimento e rotina pedagógica. No IFMG Betim, Dayane estrutura atividades que incluem dinâmicas de integração, contação de histórias, oficinas lúdicas e jogos cooperativos — práticas alinhadas às metodologias estudadas em seu TCC e voltadas à construção de vínculos, pertencimento e expressão saudável das crianças. 

A iniciativa integra a parceria entre Petrobras, Fundação de Apoio ao IFSul (FAIFSul) e Institutos Federais, reafirmando o compromisso conjunto de promover formação profissional aliada a políticas de cuidado, equidade e inclusão — elementos essenciais para que mulheres em situação de vulnerabilidade tenham condições reais de permanecer estudando e avançar em sua trajetória de autonomia econômica