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Campus Avançado Conselheiro Lafaiete cria o NUERGD – Núcleo de Estudos em Raça, Gênero e Diversidade.
Campus Avançado Conselheiro Lafaiete cria o NUERGD – Núcleo de Estudos em Raça, Gênero e Diversidade.
O NUERGD – Núcleo de Estudos em Raça, Gênero e Diversidade tem como finalidade promover ações com vistas a uma educação inclusiva, que busque produzir debates e reflexões acerca da equidade e igualdade de gênero, além de combater todo e qualquer tipo de preconceito, violência, bullying e discriminação, em direção à valorização da diversidade humana.
A criação do Núcleo se justifica pela necessidade entre os alunos de um espaço para abordar questões relacionadas a gênero, raça e sexualidade no contexto da Instituição. Isso se verificou na aplicação de um questionário em todas as turmas dos cursos do integrado em Mecânica e Eletrotécnica, além de algumas turmas do subsequente e, também, entre os docentes da instituição.
Segundo a Coordenadora do grupo: Professora Marcela dos Santos Lima, a criação do mesmo também se justifica pelo seu caráter legal, estamos atentos às leis: Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996), Plano Nacional de Educação (2014), assim como as mudanças nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Técnica de Nível Médio. As relações de gênero, raça e diversidade estão presentes nos documentos legais, oficiais e institucionais, como parte integrante da política de direitos humanos. Nesta perspectiva, consideramos fundamental trazer para o nosso Campus um espaço de debate e de conscientização dos princípios e práticas de uma Educação Inclusiva. Trata-se de ampliar os olhares, conhecimentos e ações que envolvem questões de classe, gênero, raça, mulheres (movimento feminista, violência contra a mulher), afrodescendentes, pessoas com deficiência, enfim, a diversidade humana e sua pluralidade, em busca de uma educação inclusiva e não sexista, visando assim à superação de preconceitos e a eliminação de atitudes discriminatórias. Nesse sentido, acreditamos que o diálogo com o NAPNEE é fundamental neste trabalho.
A professora Marcela dos Santos Lima declara ainda que o Núcleo é uma realidade em alguns IFs, como IFSP, IFSUL, dentre outros. Estamos em diálogo com a coordenadora do Núcleo do IFSUL, Prof.ª Danielle Schweickardt e com um de seus membros, Prof. Marcio Rodrigues, que nos ajudaram na implantação do mesmo em nossa instituição, compartilhando ações e documentos. Acreditamos que essas trocas são fundamentais para a ampliação dos debates e discussões em nossos respectivos espaços de trabalho. Estamos buscando também o diálogo entre outros Campi do IFMG que atuam nessa temática. Assim como, agradecemos a Direção do Campus Avançado Conselheiro Lafaiete, Prof. Rodrigo de Andrade Reis e a Área Pedagógica, Pedagoga Andréa Souza por abraçar essa causa conosco e contribuir para a construção do NUERGD.
A Professora Caroline Delpupo, segunda Secretária do Núcleo, declara que é muito importante haver dentro da escola um espaço específico de diálogo sobre temas relacionados à discriminação em suas mais diversas facetas. Isso representa uma desnaturalização de comportamentos humanos que veem sendo historicamente tidos como regra e aceitáveis. Ainda segundo a Professora, um dos objetivos do Núcleo é, portanto, romper o círculo vicioso de geração de discursos de ódio que cotidianamente fertilizam o racismo, machismo, lgbtfobia, que muitas vezes nascem dentro da escola. Além disso, o Núcleo representa um instrumento absolutamente capaz de dar voz e visibilidade a estudantes que pertencem a alguma minoria social.
Após a primeira reunião para a constituição da equipe no Campus, o NUERGD está trabalhando na construção do documento que irá reger o regulamento interno do Núcleo, sobretudo, em seus aspectos de organização e funcionamento. Para este início, o Núcleo possui a seguinte formação:
Coordenação: Prof.ª Marcela dos Santos Lima
1ª Secretária: Prof.ª Viviane Curto
2ª Secretária: Prof.ª Caroline Delpupo
Membros: Pedagoga Andréa Souza
Estagiária: Denise Maria Cunha
Representantes entre os Discentes:
1º Ano Mecânica: Eduardo Gabriel Lacerda
1º Ano Eletrotécnica: Ana Rosa Almeida Fernandes
2º Ano Mecânica: Fabricio Emanuel de Freitas Junior / Luan Christian Fernandes Rodrigues
2º Ano Eletrotécnica: Eduardo Gabriel Costa De Moraes / Jeniffer Caroline da Silva / Nicolas Padilha de Souza
3º Ano Mecânica A: Thamiris Cristina da Silva
3º Ano Mecânica B: Gabriel César Vasco da Mata / Paulo Henrique Passos da Silva
3º Ano Eletrotécnica: Júlia Eduarda Miranda de Sousa / Larissa Izabela Resende Silva
O Núcleo realizou a primeira reunião com os(as) alunos(as) na quinta-feira dia 27/04, neste dia, os mesmos sugeriram como tema para o próximo encontro: “Relações Abusivas”, que aconteceu na última sexta-feira dia 05/05. Este encontro foi mediado pela representante discente: Júlia Eduarda Miranda de Sousa, aluna do 3º ano Integrado Eletrotécnica, juntamente com todos os membros. Na próxima semana, o tema proposto para debate será: “Contrastes Sociais” e será mediado pelo aluno João Pedro Gomes de Souza do 2º ano Integrado Mecânica.
Segundo a professora Marcela dos Santos Lima, incialmente pensamos para o Núcleo um encontro quinzenal, mas nossos discentes optaram pelo encontro semanal, reforçando assim, a necessidade deste espaço na nossa Instituição. As reuniões acontecerão todas as sextas-feiras no horário do almoço - 12:30 as 13:30h e é aberto a toda comunidade acadêmica.
Contatos:
andrea.souza@ifmg.edu.br
Depoimentos dos Discentes:
“A criação do nosso Núcleo significa a abertura de um espaço que muitas vezes não temos dentro do âmbito familiar e nas convivências cotidianas. Os temas das discussões são extremamente estigmatizados pela sociedade e tratados como tabus, porém são pertinentes e possuem grandes implicações em nossas vidas e na vida das pessoas ao nosso redor. É através do debate, e da explanação que se levanta esse véu que nos é imposto e que combatemos atitudes preconceituosas e nocivas, que muitas vezes são fruto da falta de informação, e da disseminação dos valores, nem sempre positivas da mídia e da própria sociedade”.
Júlia Eduarda Miranda de Sousa – 3º ano Eletrotécnica
“Com a criação do Núcleo vamos poder trazer bastante coisa para discutirmos, já que em casa ou na escola não se fala muitos sobre esses preconceitos, tabus, etc. E esse Núcleo será importante também para escutarmos as opiniões de cada um em relação aos temas”.
Nicolas Padilha de Souza - 2º ano Eletrotécnica
“Ensinar a aprender a importância do respeito que se deve ter com as diferenças dos colegas no ambiente escolar é de fundamental importância. Com núcleos de estudos e debates sobre essas diferenças, a hipocrisia e desrespeito serão deixados de lado na afirmação de que todos somos iguais, mesmo porque, se todos realmente fossem iguais não haveria preconceito. É a partir das diferenças que surgem os preconceitos. Entretanto, a implantação desse Núcleo de Estudos em Raça, Gênero e Diversidade no nosso campus, fará com que promovemos um futuro mais justo e sem violência”.
Álvaro Augusto da Silva Alves - 2º ano Eletrotécnica
“O Núcleo, em minha opinião, surgiu com o objetivo de ser o ‘Diário Falante’ das pessoas, um lugar onde você conta histórias, escuta histórias, sente a indignação e ao mesmo tempo se alivia em ouvir as pessoas com tão sensatas respostas a demonstrações de ódio, racismo, agressão e outros demais problemas, questões, que vão surgindo ao longo da reunião! O Núcleo é um ambiente de pessoas que querem saber o porquê das coisas, que querem seus direitos e os direitos para todos, por quê? Simples... Somos humanos! Seja um simples ato de deixar os celulares enfileirados em cima da mesa, a falar de situações próprias, ou seja, dar risada por uma situação engraçada, a chorar por ouvir uma pessoa maravilhosa contar tudo o que já sofreu... Isso se torna mais tolerável dentro daquelas quatro paredes. Conhecer problemas, tentar solucioná-los, escutar pessoas, pontos de vistas diferentes, vivências diferentes, pessoas diferentes, que quando ali se juntam, sabem que podem contar um com os outros, sabe que ali será ouvido, e não reprimido pela sociedade. Como foi dito na nossa primeira reunião, nós não vamos mudar o mundo, mas podemos pelo menos torna-lo mais agradável fazendo a nossa parte”.
Fabrício Emanuel de Freitas Júnior – 2º ano Mecânica
“A criação do Núcleo em nossa escola foi uma ideia muito efetiva, bem positiva, onde tanto discentes quanto docentes temos a oportunidade de debater sobre os assuntos de nossa sociedade, como raça, gênero e diversidade, abrindo a mente das pessoas e entendendo diversos pontos de vista, visando sempre procurar o melhor em meio a realidade que vivemos, nos tornando pessoas melhores e de mente aberta para a diversidade”.
Eduardo Gabriel Costa de Moraes – 2º ano Eletrotécnica
“No meu ponto de vista o Núcleo é um grupo onde visamos estabelecer o respeito entre as pessoas, eliminando os preconceitos que envolvem os vários temas debatidos. O NUERGD está ali para que possamos expressar nossas opiniões, é um espaço para melhorar a convivência e transformar pessoas em busca da passividade”.
Luan Christian Fernandes Rodrigues - 2º ano Mecânica
Segundo a coordenadora, estes depoimentos reivindicam novas relações e outros entendimentos a respeito do humano. Percebemos aqui, várias nuances possíveis sobre a pele, várias nuances possíveis de vida, vários olhares. O Núcleo propõe este espaço de visibilidade a essas múltiplas vozes.
1º Encontro do NUERGD - Professoras Marcela Lima e Caroline Delpupo e a Pedagoga Andréa Souza explicam os objetivos do Núcleo e de sua criação para os discentes.
2º encontro do NUERGD - a aluna do 3º ano do Curso Integrado de Eletrotécnica Júlia Eduarda Miranda de Sousa, debate sobre "Relações Abusivas" tema proposto pela aluna. Estavam presentes as professoras Marcela Lima, Viviane Curto e Claudia Santarosa Pereira, além da área pedagógica: pedagoga Andréa Souza e a estagiária Denise Maria Cunha.
Parabenizamos a aluna pelo belo trabalho organizado pela mesma, foi um debate riquíssimo gerando muitas reflexões entre os presentes. Correção, nome correto da aluna: Júlia Eduarda Miranda de Sousa.