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As mulheres que vêm movendo o mundo

publicado: 08/03/2021 11h03, última modificação: 08/03/2021 11h03

O que a radioatividade, o descobrimento dos elementos rádio e polônio, a descoberta do vírus da AIDS e o sequenciamento do genoma do coronavírus têm em comum? Todos esses marcos históricos foram descobertas realizadas por cientistas mulheres que revolucionaram a Ciência e que até hoje continuam inspirando as novas gerações. 

Desde 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu que o dia 11 de fevereiro marcaria as comemorações do Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Infelizmente, as mulheres representam apenas 30% dos pesquisadores no mundo, de acordo com informações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Entretanto, nos últimos anos, grandes cientistas mulheres têm se destacado e lutado pela redução das desigualdades de gênero na área científica. 

E nos mês em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres, projetos desenvolvidos na instituição e personagens femininos atuantes demonstram a crescente participação feminina em diversas áreas do conhecimento. Segundo o Sistema Unificado de Administração Pública (Suap), plataforma que gerencia diversas áreas do IFMG, dos 474 projetos que o IFMG executa atualmente, 43% deles são liderados ou têm a colaboração de mulheres.

Estudantes mulheres do IFMG têm destaque em evento internacional

Dentre esses projetos está o Bytes e Elas, desenvolvido por estudantes do Ensino Médio do IFMG Campus Ribeirão das Neves e do CEFET-MG, com apoio do CNPq, que incentiva a participação e divulgação de mulheres e seus grandes feitos na Ciência. 

Sobre a equidade de gênero e a anonimização das mulheres em diversas áreas da Ciência, a coordenadora do projeto ‘Elas na Ciência’, Michele Brandão, destaca a necessidade do debate de gênero em segmentos considerados masculinos, como a Ciência da Computação. “Algumas áreas são consideradas masculinas, devido a disparidade entre gêneros. Por isso, é muito importante termos iniciativas que reforcem a capacidade delas e mostrem que elas podem escolher qualquer carreira”, disse a professora do Campus Ribeirão das Neves sobre a anonimização feminina no ramo da tecnologia.

Além do site Elas na Ciência, o projeto produziu três jogos digitais: Ajude Marie, sobre a cientista polonesa Marie Curie, primeira mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Física, ao descobrir e isolar os elementos químicos Polônio e Rádio; Quem Sou Eu, quiz que testa os conhecimentos sobre as mulheres cientistas e suas jornadas e; Jogo da Memória, onde o jogador deverá associar a carta de uma cientista com outra contendo a descrição de suas realizações. 

Outro destaque foi o artigo "Elas na Ciência: Um website com jogos para divulgar personalidades femininas", que foi aprovado para publicação e apresentação no XV Women in Information Technology (WIT) 2020, evento que discutiu temas na área de gêneros e da tecnologia da informação. 

Mulheres brasileira sequenciam genoma da Covid-19

Na luta contra a Covid-19, as cientistas Jaqueline Goes de Jesus , da Faculdade de Medicina da USP e, Ester Sabino do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) foram as primeiras pesquisadoras da América Latina a sequenciar o genoma do coronavírus (SARS-CoV-2) em apenas 48 horas após o primeiro caso de contágio confirmado em São Paulo.

O trabalho teve alta repercussão e grande destaque na comunidade científica internacional por diversos motivos. Dentre eles, o tempo recorde em comparação a outros países que chegava em até 15 dias e, principalmente, porque o sequenciamento completo do genoma permite a detecção de mutações do vírus, a criação de vacinas, medicamentos e testes com maior acuracidade. 

Foto por Almir R. Ferreira (SCAPI IMT): Cientistas Ester Cerdeira Sabino e Jaqueline Goes de Jesus 

Participação feminina no Prêmio Nobel

Considerado um dos prêmios de maior prestígio no mundo, o Prêmio Nobel  teve sua primeira edição em 1901 e surgiu como forma de reconhecer as pessoas que tiveram seus trabalhos, ações e pesquisas impactando positivamente em benefício da humanidade. 

Entre o período de 1901 a 2020, 950 personalidades do mundo científico foram laureados com o prêmio Nobel, porém, deste total, somente 57 cientistas mulheres tiveram seus feitos reconhecidos. Destaque para a cientista polonesa, Marie Curie, que foi a primeira e única mulher a ganhar o prêmio duas vezes (em Química, 1903; e Física, 1911) por seu trabalho com os elementos químicos Polônio e Rádio e, também por cunhar os termos radioativo e radioatividade.

Apenas 22 cientistas mulheres receberam os prêmios Nobel de Medicina, Física e Química em 120 anos da existência do prêmio.

A cerimônia é realizada anualmente na Suécia e na Noruega e premia em cinco categorias: Química, Física, Fisiologia ou Medicina, Literatura e Paz. Os vencedores recebem um diploma, uma medalha de ouro 18 quilates e uma quantia de aproximadamente 800 mil dólares.   

 

 

 

Fonte: Reitoria