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Institutos federais alcançam média similar à de países desenvolvidos em exame internacional
Foram divulgados, neste mês de dezembro, os números da participação brasileira na sexta edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Na contramão do resultado geral obtido pelo País, que aponta pouca evolução nas áreas avaliadas ao longo dos anos, a pontuação das instituições federais de ensino no exame supera a média nacional e aproxima-se daquelas alcançadas por países desenvolvidos.
Cerca de 23 mil estudantes brasileiros, com idade entre 15 e 16 anos, das redes de ensino municipal, estadual, federal e privada participaram da avaliação, que contempla as áreas de matemática, ciências e leitura. As notas gerais alcançadas pelo Brasil, considerando-se a pontuação média das quatro redes de ensino, foram de 401 pontos em ciências; 407 pontos em leitura; e 377 pontos em matemática. Em todas elas, o país ficou abaixo da média geral Pisa, que foi de 493 em ciências, 493 em leitura e 490 em matemática. A análise dos resultados específicos da rede federal, no entanto, aponta um cenário diferenciado, que aproximaria o Brasil do topo do ranking: 517 pontos em ciências, 528 em leitura e 488 em matemática.
Histórico de sucesso
O desempenho positivo dos alunos da Rede Federal destaca-se, sobretudo desde 2009, na esteira da revitalização e expansão da Rede. Nesse ano, a média da nota dos alunos da Rede Federal atingiu 535 em leitura, principal área de concentração daquela edição. Com essa média, os alunos da Rede Federal teriam ocupado a 4ª posição no ranking, atrás apenas de Xangai (China), Coréia do Sul e Finlândia.
Na edição seguinte, em 2012, cujo foco foi em matemática, os alunos da Rede Federal atingiram a pontuação média de 484,9 pontos. O colocaria a Rede Federal na 33ª posição do ranking, à frente de países como Espanha, Rússia e Estados Unidos.
Na última edição do exame, 2015, cujo foco foi em ciências, os alunos da Rede Federal atingiram 517 pontos. O que colocaria a Rede Federal na 11ª posição, à frente de países como Coreia do Sul, Alemanha e Suíça.
Para o coordenador de Formulação e Supervisão de Políticas para o Ensino Técnico do IFMG, Lucas Marinho, se, como se propõe, o Pisa fornece um importante parâmetro para avaliação e monitoramento da qualidade das políticas públicas em educação, esses resultados evidenciam que as escolas da Rede Federal, apesar da sua tão recente reestruturação e expansão, já despontam como o mais acertado esforço do Estado brasileiro para a promoção de uma educação de qualidade. “E isso não por qualquer reforma especialmente complexa ou arrojada, mas por que veio constituindo-se até aqui, de acordo com algumas diretrizes óbvias que, infelizmente, têm sido sistematicamente ignoradas nas redes municipal e estadual de educação: investimento público suficiente para assegurar instalações adequadas; gestão autônoma e democrática; professores trabalhando, em sua maioria, em regime de dedicação exclusiva à mesma escola, bem remunerados e bem formados, numa carreira atrativa e bastante concorrida”, avalia Lucas.
Saiba mais
O Pisa (Programme for International Student Assessment) é um programa internacional de avaliação desenvolvido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE). Atualmente, a iniciativa integra as Avaliações da Educação Básica coordenadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), compondo o escopo das avaliações internacionais, ao lado dos Estudos Regionais Comparados (LLCE).
Realizado a cada três anos, o Pisa tornou-se, de acordo com o relatório do Inep, “uma importante referência de avaliação educacional em larga escala no contexto mundial”. A cada edição o foco está centrado em uma área principal a ser avaliada. Na sua primeira edição, no ano 2000, o foco foi em leitura; em 2003, em matemática; em 2006, em ciências; em 2009, repetiu-se a área de leitura; em 2012, o foco foi novamente em matemática; em 2015, o foco foi em ciências, e assim sucessivamente. Recomenda-se que, para comparações fidedignas, sejam utilizados dados de ciclos que tenham o mesmo foco. Isso porque, embora as três áreas sejam avaliadas em todas as edições, haverá mais itens na prova sobre a área focalizada (aproximadamente 54%), e menos itens das demais (23% para cada uma).
A amostra brasileira para o Pisa 2015 consistiu de 841 escolas, 23.141 estudantes e 8.287 professores. Participaram 1.101 estudantes mineiros, de 36 escolas - uma das maiores amostras do País, atrás apenas de São Paulo, que teve 66 escolas participantes. Quanto à dependências administrativa, a maioria das escolas (73,80%) eram da rede estadual, 13,30% da rede privada, 11,40% da rede municipal e apenas 1,60% da rede federal.
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