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Com 'Colmeia Inteligente', equipe do Campus Ponte Nova vence V Olimpíada de Inovação
“A ideia surgiu com uma brincadeira. Em uma aula, lancei um desafio para os alunos, de tentarmos hackear uma balança, fazer conexão da rede wi-fi com uma balança de banheiro. Fui pra casa com isso e, quando eu voltei, mostrei para eles que era possível. A partir daí, começamos a pensar em possibilidades. O que a gente pode fazer com isso? Foi nessa discussão que nasceu o projeto”. O relato é do professor Luciano Vilas Boas Esperidião, responsável por orientar o grupo de alunos que levou o primeiro lugar da V Olimpíada de Inovação do IFMG, com o projeto Colmeia Inteligente.
Os vencedores foram conhecidos na última sexta-feira, 8 de novembro, quando a final da competição foi realizada. Durante todo o dia, as 14 melhores equipes, de um total de 89, estiveram no auditório da Fapemig, em Belo Horizonte, onde apresentaram seus projetos e foram avaliados pelos quatro profissionais convidados para integrar o júri da fase final. A equipe formada pelos estudantes do terceiro ano do Técnico em Informática do Campus Ponte Nova levou o prêmio de R$ 15 mil.
“Passar por toda essa jornada, de quase dois anos, foi uma batalha difícil, não vou dizer que foi fácil, mas foi muito divertido. Teve momentos em que a gente realmente pensou se deveria continuar, porque estava difícil conciliar tudo, mas chegar até aqui e ver que realmente deu certo, que tudo o que a gente pensou e idealizou conseguimos botar em prática, é algo que realmente não tenho palavras para descrever, é muito gratificante”, declarou a estudante Danielle Nunes, logo após receber a premiação.
Para chegar a esse resultado, a equipe desenvolveu um trabalho de campo que durou sete meses. Por meio de uma parceria com o apicultor Ênio Milagres, diretor da empresa Mel Milagres, que possui um apiário com 1000 colmeias na região de Ponte Nova, o protótipo de inovação pôde ser testado e desenvolvido. Os resultados obtidos durante o período foram mostrados no pitch que o grupo apresentou para os avaliadores. A colmeia inteligente facilita e otimiza o trabalho dos produtores de mel ao fornecer remotamente, por um aplicativo no celular ou no computador, imagens em tempo real, dados sobre a produção, a quantidade produzida, o número de abelhas na colmeia, o momento mais adequado para fazer a colheita, entre outras informações. O protótipo foi desenvolvido com o uso da balança de banheiro, que fornece o peso do mel produzido, e com sensores que geram dados para acompanhar, ao longo dos meses, o comportamento das abelhas.
Esses resultados promissores, reconhecidos pela Olimpíada de Inovação, agora vão seguir sendo aprimorados em pesquisas aplicadas. “Participei de um edital recente do IFMG e consegui aprovar financiamento para seguirmos desenvolvendo o produto a partir do ponto em que estamos. Queremos desenvolver o trabalho dentro da instituição, mas também levar para fora, para outros locais e outros parceiros. Nossa ideia é atender pequenos apicultores, porque o custo para implementar é baixo”, explica Luciano, que atua como diretor do Campus Ponte Nova desde 2023.
Também saíram vencedoras da olimpíada outras duas equipes. O grupo Sinapse, do Campus Ibirité, conquistou o segundo lugar com o projeto da Banca Adaptável e levou o prêmio de R$ 9 mil. Já o projeto Estação Inteligente de Coleta Seletiva, da equipe Reviva Lixo do Campus Sabará, fechou o pódio com o terceiro lugar, recebendo o prêmio de R$ 3 mil.
Confira a classificação final:
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Avaliador da competição, o analista do Sebrae-MG, Rafael Tunes, afirma que a Olimpíada de Inovação é uma grande oportunidade de promover a evolução dos jovens, incentivar o trabalho em equipe e propor o desenvolvimento de um trabalho técnico dentro de métodos. “A olimpíada é sempre surpreendente porque encontramos educação empreendedora aplicada, soluções técnicas, inovações que vão resolver o problema das pessoas. É a quinta edição que participo e fico feliz em ver que não cai a qualidade, muito pelo contrário. Você vê novas frentes sendo abertas entre uma edição e outra, mas essa, especialmente, teve um recorte para o social muito interessante. Houve apresentações que deixaram claro se tratarem de inovações de um impacto social maior, que estarão vinculadas a políticas públicas, a interesses de governos, de instituições, mas também as inovações para mercado, indústria, agronegócio, que também resolvem problemas das pessoas e de uma maneira sustentável”, avalia.
Para o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), Gérber Lúcio Leite, a quinta edição do evento superou as expectativas. “A gente fica encantado com os projetos dos alunos, com essa interação junto aos professores orientadores. São projetos realmente inovadores, que tem muito potencial de mercado e que já recomendamos para incubação em nossos ambientes de inovação. São projetos que devem ir pro mercado, para gerar renda, emprego, desenvolvimento e, sobretudo, esperança e uma nova possibilidade para nossos alunos”, declara.
Além de Gérber, também participaram da cerimônia de encerramento a responsável pela organização da olimpíada, Maiara Gonçalves de Oliveira, e a pró-reitora de Inovação, Pesquisa e Pós-graduação, Gislayne Elisana Gonçalves, que representou o reitor, professor Rafael Bastos Teixeira.
Em sua quinta edição, a Olimpíada de Inovação trouxe a temática "Do fuxico ao grafeno" e a distribuição de R$ 27 mil em prêmios. A primeira etapa foi iniciada no primeiro semestre de 2023, quando 89 equipes se inscreveram.
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