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Economia Verde em pauta na mobilidade acadêmica internacional
O professor e pesquisador do IFMG – Campus Ouro Preto, Pedro Camargo, acaba de retornar da China, onde realizou um intercâmbio acadêmico vinculado ao projeto “Geoeconomia Verde: cadeias agroalimentares e relações Brasil-China”. O estudo tem por objetivo compreender como a agricultura brasileira, um dos pilares das exportações globais, se insere nas transformações da chamada Economia Verde - modelo econômico de baixo carbono, eficiente em recursos e socialmente inclusivo - e como essas mudanças se articulam no contexto da geoeconomia, marcado pela globalização dos mercados e pela crescente influência chinesa nas cadeias agroalimentares.
Viabilizado por meio de edital de mobilidade internacional da Diretoria de Relações Internacionais do IFMG, o projeto buscou investigar formas de desenvolvimento de atividades ligadas à Economia Verde que mantenham os ganhos de produtividade e promovam modernização inclusiva. Durante os estudos, o professor buscou avaliar a inserção do Brasil no mercado de geoeconomia verde considerando a demanda chinesa, além de identificar estratégias do sistema agroalimentar chinês aplicáveis ao Brasil e analisar demandas chinesas para orientar transferência de tecnologia e regulamentação ambiental. Ele também identificou políticas e marcos regulatórios chineses que incentivem inovação tecnológica nas cadeias agroalimentares.


A China foi escolhida por ser um grande produtor e consumidor de produtos agroalimentares, inclusive exportados do Brasil, além do fato de representar uma cultura milenar - um objeto de estudo a mais para o professor de Geografia. Pedro relata que a convivência harmoniosa entre passado, presente e futuro é um elemento marcante na China. "A mistura de passado preservado com inovação tecnológica mostra como a Ciência é importante", avalia o docente.
Do outro lado
Durante a estadia na China, o professor Pedro Camargo realizou trabalho de campo em áreas rurais, visitou indústrias e feiras de inovação relacionadas às cadeias agroalimentares, além de diversas instituições - a exemplo da Academia Chinesa de Ciências Sociais (Cass), da Universidade de Estudos Internacionais de Zhejiang e do Ministério de Recursos Naturais. Segundo ele, em todas as experiências, houve grande receptividade e interesse dos anfitriões por conhecer melhor o trabalho do IFMG e mesmo estabelecer parcerias.
Um dos conceitos de destaque nas iniciativas sustentáveis chinesas é o de "Cidade Parque" (City Park), que o intercambista pode vivenciar em Chengdú - a quinta maior cidade da China. "Para eles, a cidade para estar viva precisa estar relacionada à natureza, ou seja, é por meio do equilíbrio entre ambas que melhora a condição de vida da população, juntamente ao combate da miséria extrema", relata.
O professor explica que, de maneira geral, as cidades são muito arborizadas, os rios, limpos e preservados - mesmo nos grandes centros. Os processos produtivos observam normas rígidas de controle de fatores ambientais. "O respeito à natureza está intrínseco à cultura deles", observa.
O docente planeja apresentar alguns dos resultados do estudo em seminário para a docentes e estudantes do IFMG e não descarta a construção de propostas de futuras parcerias internacionais.

