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Retrospectiva 2019: TV Globo vence prêmio de jornalismo com reportagem de projeto do IFMG
Um projeto de pesquisa do IFMG, realizado em Congonhas, deu à TV Globo a vitória na primeira edição do Prêmio Conif de Jornalismo, promovido pelo Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), dentro das comemorações do aniversário de 10 anos dos Institutos Federais. Os vencedores foram conhecidos no mês de fevereiro, quando o resultado foi divulgado pela comissão julgadora. Coube ao IFMG realizar a entrega do troféu, o que aconteceu em julho de 2019, na sede da emissora, no bairro Caiçaras, em Belo Horizonte.
A Globo Minas conquistou o primeiro lugar na categoria televisão com a reportagem “Novos sinais em Libras são criados para retratar obras históricas em Congonhas”, que foi exibida no telejornal MG2, em 5 de outubro de 2018. Produzida com o apoio da assessoria de imprensa do IFMG, a matéria abordou um projeto do Campus Congonhas, coordenado pela tradutora e intérprete de Libras Milene Cristina Barbosa Silva. A pesquisa desenvolveu um conjunto de sinais em Libras, até então inexistentes, para que os surdos pudessem compreender melhor as obras barrocas de Aleijadinho presentes no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos.
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O troféu foi entregue pelo reitor do IFMG, Kléber Gonçalves Glória, para o diretor de jornalismo da Globo Minas, Marcelo Moreira. Toda a equipe de profissionais que atuou na produção e realização da reportagem recebeu certificados como participantes do prêmio. A responsável pela inscrição foi a produtora Talita Nunes. Também foram premiados a produtora Cristina Mara, o repórter Danilo Girundi, o cinegrafista Gláucio Nogueira, o editor de texto Aluísio Marques e o editor de imagem Xiko César.
“Tenho contato há quase três anos com pessoas surdas. Então, como eu tinha uma noção da forma de conduzir a reportagem, ela acabou ficando leve, bem bacana. O projeto foi diferencial para levar uma coisa a mais aos surdos. Nós até colocamos isso como o fio condutor da reportagem. Mostramos como todo o trabalho do instituto foi importante para eles aprenderem a história da própria cidade, que também é a história deles. Alguns achavam que os profetas eram pessoas importantes da cidade mortas que estavam ali representadas. Com os novos sinais, eles descobriram que não, que eram obras de um artista barroco super importante para Minas Gerais, pra história não só de Minas, mas do Brasil e do mundo”, contou o repórter Danilo Girundi na ocasião.
Já a produtora Cristina Mara explicou como foi iniciada a realização da reportagem. “O primeiro momento da produção foi a partir do release enviado pelo IFMG. Então, a gente visualizou que ali tinha uma ótima matéria. Fizemos contato com a assessoria de imprensa, vimos que realmente tinha uma história, que era essa nova linguagem para contar os personagens de Congonhas, os profetas de Aleijadinho. E precisamos investir nessa questão da linguagem de sinais, mostrar como isso é importante. Quando a servidora dá um passo assim, ela está exatamente abrindo espaço para que essas pessoas sejam vistas”, declarou. De acordo com Cristina, o fato do repórter já conhecer a Libras também ajudou no entrosamento com os personagens da matéria. “Na hora em que fomos fazer a reportagem, o Danilo nos contou que sabia um pouco de linguagem de sinais. Então, ficou melhor ainda porque ele já tinha consciência da importância de todo aquele trabalho. A marcação foi tranquila, os assessores do IFMG ajudaram muito, porque tudo é um trabalho conjunto. A produção tem que pensar em aspectos logísticos, horários e fluiu muito bem. O resultado tá aí: uma matéria que ganhou prêmio nacional e a gente está muito orgulhoso disso”, completou.
Segundo Milene Silva, o projeto contou com o envolvimento de surdos que nasceram ou vivem em Congonhas e na região e teve o objetivo de promover o acesso e a inclusão dessas pessoas nos ambientes culturais e históricos do município. “Quando a reportagem foi exibida na televisão, eles ficaram muito felizes e começaram a ser procurados por outros surdos que ficaram interessados em conhecer a cidade e as obras do santuário. Ficaram muito orgulhosos de estarem aparecendo na Globo”, revelou.
Jornalistas de todo o Brasil participaram e concorreram nas categorias impresso, rádio, televisão e internet. Os vencedores foram escolhidos com base nos critérios de adequação ao regulamento, ineditismo/originalidade, criatividade, contextualização social, imparcialidade, profundidade/abrangência, relevância, linguagem, humanização, utilização de dados e fontes oficiais, e contribuição para a divulgação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O responsável pela inscrição da reportagem vencedora recebeu o valor de R$ 8 mil.