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Campus Sabará integra projeto que forma instrutores de Tai Chi Chuan para o SUS
Profissionais de saúde estiveram reunidos, no auditório da Defensoria Pública, em Belo Horizonte, para celebrar a conclusão de um marco importante: o encerramento do ciclo 2023-2025 do Projeto de Formação de Instrutores de Tai Chi Chuan e Chi Kung em Minas Gerais. O encontro foi realizado no dia 5 de dezembro pela Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP) e contou com a participação do IFMG.
Mais do que um evento de encerramento da ação educacional, o seminário foi um espaço para apresentar resultados, impactos no Sistema Único de Saúde (SUS) e compartilhar experiências sobre como práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa estão transformando o cuidado na Atenção Primária à Saúde. Participaram egressos do curso, gestores municipais, representantes das instituições parceiras e interessados no tema.
O projeto “Práticas Corporais nos Polos de Academias da Saúde de Minas Gerais: formação de instrutores de Tai Chi Chuan (Taiji Quan) e Chi Kung” nasceu de uma parceria interinstitucional firmada em 2023 entre a ESP, o Instituto Federal de Minas Gerais – Campus Sabará e a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Formalizado por meio de um Termo de Cooperação Técnica, o acordo integra a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares e o Programa Academia da Saúde, do Governo Federal.
Participaram da abertura do evento a diretora de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade da SES, Luisa Azeredo Oliveira; a pró-reitora de Administração e Planejamento do IFMG, Fernanda Pelegrini Proença; e a Superintendente de Educação e Pesquisa em Saúde da ESP, Patrícia de Oliveira.
Representando o reitor Rafael Bastos Teixeira, Fernanda destacou a parceria institucional, falou do quanto tem sido importante a atividade para o IFMG e para os profissionais envolvidos e como os resultados estão chegando a todo o estado. “Fico muito feliz com essa parceria, desejo que ela permaneça e penso que não é um ciclo que se fecha, mas uma espiral, que vai subindo”, reforçou.
Segundo Patrícia de Oliveira, a ação tem sido exemplar porque é um fruto que se materializou em um esforço conjunto, generoso e tecnicamente robusto. “O resultado merece ser celebrado. Foram 12 turmas formadas entre 2023 e 2025, 316 profissionais qualificados e 172 municípios alcançados em todas as regiões do estado. São números que representam mais do que participantes, mas sim novas possibilidades de cuidado, ampliação de acolhimento e de promoção da saúde”.
Sobre o curso
Ofertado em formato híbrido, o curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) tem carga horária de 76 horas. Conforme o acordo firmado, a certificação dos profissionais está sob a responsabilidade do IFMG, assim como parte das atividades presenciais, realizadas na ESP, no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte. O técnico em assuntos educacionais do Campus Sabará, Marcello Giffoni, foi o professor responsável pelas aulas de Tai Chi Chuan e de práticas corporais. No videocast Vozes da Extensão, exibido em 1º de agosto deste ano, ele e a servidora da SES, que também é docente do curso, Roxane dos Santos, falaram sobre o projeto e explicaram os benefícios das práticas integrativas. O programa está disponível no IFMG Play (acesse clicando aqui).
De acordo com Marcelo, a parceria para ofertar o curso deverá ser renovada. “No momento estamos no processo burocrático de manter a parceria entre as três instituições”, afirma. Além disso, estão sendo planejadas ações de acompanhamento dos ex-alunos, com o objetivo de avançar com a capacitação e estabelecer uma rede mineira de práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa. “Diante do resultado expressivo e inédito do ciclo 2023-2025, as equipes das três instituições entenderam que o acompanhamento dos egressos é importante”, explica.
O diretor de Cooperação Interinstitucional da Pró-reitoria de Extensão, Alceste dos Santos Glória, avalia que o projeto, além de ter apresentado resultados relevantes, contribuiu para ampliar a visibilidade do IFMG, especialmente no que diz respeito ao diálogo com a Secretaria de Estado de Saúde. Ele afirma que essa ação educacional poderá ser ampliada a nível nacional, tendo a experiência mineira como modelo, uma vez que articulações junto ao Ministério da Saúde já foram estabelecidas e há interesse em firmar novas parcerias.
Experiências e compartilhamentos
O Tai Chi Chuan é uma prática coletiva de origem oriental que consiste em posturas de equilíbrio corporal e na realização de movimentos lentos e contínuos que trabalham, simultaneamente, os aspectos físico e energético do corpo. São atividades da Medicina Tradicional Chinesa, associadas à prevenção dos principais fatores de risco para doenças crônicas, cujos benefícios envolvem redução no peso corporal, diminuição da pressão arterial, dores, triglicerídeos e colesterol total de seus praticantes.
Para além de uma prática corporal, o Tai Chi Chuan também ajuda com a mente. É o que diz Luciana Mundin Teixeira, uma das profissionais que concluíram o curso. Para ela, que é fisioterapeuta e instrutora de Lian Gong, o Tai Chi Chuan se tornou mais um instrumento para ajudar em sua atuação. “Costumo dizer que essas duas práticas são meditações ativas, porque você precisa estar em plena presença”, sintetiza.
O nutricionista e também concluinte do curso, Vinícius Ribeiro, da cidade de Ferros, comenta que a capacitação foi transformadora. “A maneira como a gente chega é uma, mas quando a gente sai e termina a qualificação, parece que nem é a mesma pessoa que entrou. Tive essa percepção ao chegar nesta reta final do curso”. Ele conta que o Tai Chi ainda não é uma prática conhecida em sua cidade, mas que já fizeram uma apresentação inicial e que, no próximo ano, a ideia será colocar um grupo em prática no município.
Quem já se beneficiou das práticas do Tai Chi Chuan é a Maria Pereira, de Belo Horizonte. Ela frequenta o Centro de Saúde Santa Lúcia, onde é aluna do educador físico Cláudio Rodrigues, egresso da primeira turma. Maria relata que fez uma cirurgia na coluna e ficou com muitas dificuldades para se movimentar, não conseguia andar direito e fazer suas atividades rotineiras. “Desde que comecei a praticar o Tai Chi, estou conseguindo me movimentar melhor, sair, andar, pegar ônibus. O médico falou que tenho que fazer atividades físicas para o resto da vida e nada vai me fazer largar o Tai Chi. Sou muito grata por tudo que ele me trouxe, hoje recuperei a capacidade de fazer minhas coisas”, contou.
Com informações da Ascom/ ESP-MG
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