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Infância e memória afetiva são temas de Memorial Lúdico em exposição no Campus Ouro Preto
Telefone sem fio, peteca, totó, vai e vem… O que parece a descrição de um quarto infantil antigo compõe, na verdade, a exposição Memorial Lúdico, que resgata a memória afetiva do ato de brincar. Os brinquedos citados foram confeccionados em material reciclado por alunos das turmas 1ADMI2, 1META2, 1EDIF1 e 1EDIF2 e estão expostos na Galeria de Artes Ney Cokda do IFMG – Campus Ouro Preto.
O evento de abertura, no dia 30 de agosto, lotou o local de estudantes, que testavam os brinquedos disponíveis. Entre os artigos de papelão e plástico coloridos que recheavam paredes e mesas do espaço, a mostra cumpria o seu objetivo de levar os visitantes de volta à infância. Além dos brinquedos, o algodão-doce feito pela própria organizadora da exposição, a professora de Educação Física Ana Paula Carvalho Barbosa, criou uma fila permanente na entrada da galeria.
Jogos, brinquedos e brincadeiras
Os artigos em exposição são parte de uma história maior que começa no conteúdo “Jogos, brinquedos e brincadeiras”, das aulas de Educação Física I. Durante a disciplina, os alunos retomaram brincadeiras da própria infância e aprenderam outras de origem indígena e africana. Em seguida, começou o trabalho que consistia em entrevistar pessoas de gerações antigas para entender os brinquedos e jogos de sua época.
O diálogo entre gerações expõe as mudanças que marcam o ato de brincar através do tempo. A professora Ana Paula conta que um dos objetivos do projeto é problematizar o fato de que, por causa das novas tecnologias, as crianças de hoje não brincam mais como antigamente.
As pesquisas resultaram na construção dos brinquedos de material reciclável. Cada aluno pôde transmitir, através do objeto escolhido, sua compreensão pessoal sobre a infância. Giovana Martins da Silva, do primeiro ano de Edificações, conta porque escolheu produzir uma câmera fotográfica: “Eu brincava muito de tirar foto, gostava muito, e meu objetivo era que quem pudesse ver o meu projeto sentisse aquela coisa de infância, vontade de brincar”.
Em alguns casos, a experiência era uma forma de reviver momentos especiais com a família. Camile Alves, da turma de Administração, diz que decidiu refazer uma casinha de materiais recicláveis que já havia construído com a ajuda de seu avô.
Memorial Lúdico
Outra etapa do trabalho, também em exposição, foi a construção do Memorial Lúdico, que dá nome ao evento. O projeto, segundo a professora Ana Paula, consiste em um trabalho escrito que conta a história de vida do aluno em relação ao ato de brincar.
Na galeria, parte dos memoriais foram expostos em uma sessão separada, pendurados por fios. Assim, os visitantes transitavam, literalmente, entre as memórias de infância compartilhadas pelos colegas.
Dessa forma, os alunos que apresentavam os trabalhos esperam poder despertar novamente o sentimento de infância nos visitantes. “Eu quero que eles relembrem da infância delas e sintam vontade de brincar novamente”, diz Ana Paula Teixeira Gonçalves, de Edificações.
O Memorial Lúdico pode ser visitado até 5 de setembro, das 11h às 12h30min, na Galeria de Artes Ney Cokda.