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Rede APE abre etapa Sudeste com debates sobre permanência e sucesso escolar
A etapa Sudeste do I Ciclo de Seminários da Rede APE teve início nesta segunda-feira (9), no IFMG Campus Betim. A cerimônia de abertura foi realizada no auditório e transmitida ao vivo para os participantes remotos. O evento reúne gestores, servidores e estudantes da Rede Federal, promovendo debates sobre estratégias de acesso, permanência e êxito na educação profissional, científica e tecnológica. Nesta edição, o evento conta com a presença de 168 participantes presenciais e mais de 287 inscritos que acompanham a programação de forma virtual, por meio da transmissão ao vivo no canal da TV Web IFFar.
A iniciativa é promovida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) e executada pelo Instituto Federal Farroupilha, que coordena toda a programação do ciclo de seminários.
Abertura destaca construção coletiva e fortalecimento de políticas públicas
A cerimônia de abertura, realizada no auditório do campus e transmitida ao vivo, contou com a presença de representantes do MEC, da Setec, da reitoria do IFMG e de instituições parceiras da Rede Federal. Durante os discursos, foi destacada a importância da iniciativa como marco na formulação de políticas públicas de inclusão e na ampliação das ações de permanência estudantil em âmbito nacional.
Para Carla Comerlato Jardim, coordenadora da Rede APE, o seminário representa um momento inédito na história da Rede Federal. “É a primeira vez que a Rede Federal vai construir o PNAPE, que cuida das três dimensões que se relacionam com o Plano Nacional de Educação, que atualmente tramita no Senado”, afirmou.
O diretor do Campus Betim, Reginaldo Ferreira, comemorou os resultados recentes da unidade. “Estamos muito felizes em registrar um recorde nas inscrições do processo seletivo. O campus tem se esforçado para dar mais fluidez ao currículo e ser mais atrativo à realidade do mercado de trabalho”, destacou.
O reitor do IFMG, Rafael Bastos, também ressaltou os desafios institucionais diante da expansão da Rede. “Estamos passando por um momento de ampliação de três unidades do IFMG. Vivemos um grande desafio. A realização do Ciclo de Seminários nos faz pensar que não estamos sozinhos. Temos os desafios e precisamos conversar mais e propor mais”, disse, ao lembrar que atualmente o IFMG possui 50 mil matrículas.
Representando os discentes da Rede Federal, a estudante Pamela Franco Ferreira destacou a expectativa de que o seminário possa ampliar horizontes e inspirar mudanças. “Espero que o seminário consiga dar esperança aos jovens que não têm acesso”, declarou.
Já Rita Esther Ferreira, da Secretaria de Educação Básica do MEC (SEB/MEC), reforçou o papel do diálogo nesse processo e na construção de soluções inclusivas. “O momento de diálogo é um momento de construção”, afirmou, ressaltando ainda o potencial transformador do encontro e o compromisso do programa Pé de Meia. “Um programa que se compromete não só com o incentivo, mas principalmente com a trajetória escolar do estudante”, completou.
Encerrando as falas da cerimônia, o coordenador geral de projetos e supervisão da Rede Federal, Piérry Téza, enfatizou o caráter histórico do evento. “O início do I Ciclo de Seminários vai construir o Plano Nacional de Acesso, Permanência e Êxito (PNAPE).Que o evento seja inspirador, colaborativo e transformador. Estamos escrevendo um capítulo fundamental da Rede Federal”, concluiu.
Apresentação da Rede APE e diagnóstico regional
Logo após a abertura, ocorreu a apresentação oficial do Projeto Rede APE e do Diagnóstico de Acesso, Permanência e Êxito da Região Sudeste da RFEPCT. A palestra foi conduzida por Carla Comerlato Jardim, coordenadora do projeto, com o apoio de Franciele Meinerz Forigo, especialista em ciência de dados da Rede APE, Monique da Silva, coordenadora adjunta da equipe Rede APE e Luana Lacerda Batista, bolsista estudante integrante do grupo.
Durante a apresentação dos Planos e Projetos de Acesso, Permanência e Êxito na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPTC) – Região Sudeste, foram destacados três eixos centrais que orientam as ações institucionais na região.
Entre os principais destaques apontados está a utilização de pesquisas junto à comunidade acadêmica como instrumento para levantar percepções dos estudantes e, com isso, subsidiar políticas e ações mais efetivas dentro das instituições.

Outro ponto relevante é a promoção da autonomia dos campi, aliada à manutenção de discussões integradas, que possibilitem a identificação de fatores comuns e a construção de estratégias institucionais compartilhadas, respeitando as particularidades locais.
Por fim, foi ressaltada a importância da produção acadêmica sobre o tema e o estímulo à criação de grupos de pesquisa, ultrapassando os limites administrativos e reforçando o papel da ciência na formulação de políticas de acesso, permanência e êxito.
Um panorama detalhado da Rede Federal na região Sudeste também foi apresentado pela coordenadora adjunta da Rede APE. Monique da Silva destacou a importância de se realizar um diagnóstico preciso das instituições. Segundo ela, compreender as especificidades regionais é essencial para garantir políticas públicas mais eficazes e alinhadas com a realidade local.
Atualmente, a região Sudeste concentra 2.076.519 matrículas, distribuídas em 3.501 cursos, ofertados por 183 unidades, pertencentes a 17 instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.
Pé-de-Meia
Na sequência, o auditório sediou a apresentação “Pé-de-Meia pelo Sucesso Escolar: estratégias para prevenir a evasão e fortalecer trajetórias”, conduzida por Karen Martins de Andrade, do MEC.
A pedagoga e mestra em Gestão e Políticas Públicas provocou uma reflexão aos participantes ao exibir uma manchete que afirmava que “quase 500 mil jovens maiores de 16 anos abandonam a escola anualmente no Brasil”. Segundo Andrade, a fala reforça a urgência de políticas públicas eficazes para garantir a permanência dos estudantes no sistema educacional e combater os alarmantes índices de evasão escolar no país.

Além disso, durante a apresentação do programa Pé-de-Meia, foram destacados os principais objetivos da iniciativa voltada à educação pública no Brasil. O programa busca promover a conclusão escolar e garantir a permanência dos estudantes no ensino médio, além de reduzir as taxas de abandono e evasão escolar. Outro foco importante é a inclusão social por meio da educação, contribuindo para o estímulo da mobilidade social dos jovens.
A ação faz parte de um esforço conjunto do governo federal para assegurar que os estudantes tenham condições de permanecer na escola e concluir os estudos.
Programação continua nesta terça-feira, 10 de setembro
A programação segue até o dia 10 de setembro, com compartilhamento de experiências exitosas de Acesso, Permanência e Êxito na Região Sudeste da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (RFEPCT), além do debate para consolidar políticas públicas de inclusão e permanência estudantil.

