Usinas fotovoltaicas: energia limpa e ganhos acadêmicos no Centro-Oeste

Encerramos a série de reportagens sobre a instalação das usinas fotovoltaicas no IFMG justamente com os campi onde foram instalados os primeiros equipamentos: Bambuí e Formiga, no Centro-Oeste do Estado. Confira como foi – e está sendo – a experiência nessas unidades e relembre, também, as demais matérias veiculadas.

Veja, ainda, a matéria do Bom Dia Brasil (TV Globo) sobre o tema.

BAMBUÍ
As discussões sobre a implantação dos painéis fotovoltaicos em Bambuí tiveram início em dezembro de 2015. O professor Humberto Carvalho, da área de Infraestrutura, conta que houve uma proposta diferenciada sobre a instalação das placas, por meio da Comissão de Eficiência Energética do IFMG. “A princípio, a ideia era colocar em cima dos telhados, mas queríamos, além de gerar energia, disponibilizar uma área de sombreamento”, conta.

Dessa forma, uma passarela foi construída ao lado da lagoa (foto acima), cobrindo parte do caminho percorrido diariamente por centenas de estudantes do campus, que, diga-se de passagem, aprovaram a ideia. Os alunos Henrique Macedo e Henrique Ribeiro, do curso Técnico em Agropecuária, explicam que todas as atividades práticas realizadas dependem de energia elétrica, como o aerador para a piscicultura, a ordenha bovina, as luzes para os suínos, a alimentação das aves, entre outras. Assim, a economia energética é muito bem-vinda e, claro, também a sombra. “Estamos torcendo para a usina aumentar e a passarela cobrir todo o caminho”, brinca Henrique Macedo.

Além da economia de energia, outro ganho, seguindo a vocação do campus, tem sido a conscientização para a área rural. Humberto Carvalho conta que produtores locais têm procurado saber como adequar o processo à utilidade do dia a dia agropecuário. Do ponto de vista acadêmico, duas placas foram separadas para estudos pelos alunos da disciplina de eletroeletrônica e outras pesquisas aplicadas também estão em andamento, como a avaliação da relação custo x benefício por parte do curso de Engenharia de Produção.

O diretor do Campus Bambuí, Rafael Bastos, lembra que a instalação da usina fotovoltaica está em consonância com proposta do mestrado profissional em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental, sediado pela unidade. “Acreditamos neste tipo de investimento e pretendemos, inclusive, reverter recursos economizados para outras ações relacionadas à questão ambiental, como a limpeza da própria lagoa”, afirma.

FORMIGA
A usina fotovoltaica no Campus Formiga (acima) está em operação desde as 10h55 do dia 31 de agosto de 2016. Desde esta data até 16 de julho de 2017 foram produzidos 34.812,16 kWh, o que gerou uma retribuição financeira ao campus de R$ 13.445,81 e uma redução de 22.854,37kg na emissão de CO².

Conforme explica o técnico em Eletrotécnica Alysson Fernandes Silva, “durante estes primeiros meses houve uma boa média de geração diária, algo entorno de 130 kWh por dia, e chegamos a atingir altos valores de pico com o máximo registrado de 24,99 kW". Ele conta que neste período de funcionamento, a usina foi desligada por cerca de 20 dias no mês de abril devido ao aquecimento do transformador,  que foi instalado em um local de pouca ventilação. "Com ajuda da Alsol Energias Renováveis, empresa responsável pela instalação da usina, o equipamento foi realocado e o problema solucionado, assim a usina está em seu funcionamento normal”, relata.

Para saber um pouco mais sobre o funcionamento da usina, representantes do Campus Formiga e também dos demais campi do IFMG que já possuem os equipamentos instalados, participaram de um treinamento teórico e prático de “Operação e Manutenção de Usinas” no Campus Betim, ofertado pela empresa Alsol, em abril. Representando o Campus Formiga estiveram presentes os servidores Alysson Fernandes Silva, Alysson Geraldo Silva e Rodrigo Menezes Sobral Zacaroni.

Professores do Campus Formiga estão monitorando os dados fornecidos pela usina para projetos de pesquisa. Uma das principais linhas pesquisadas é a qualidade da energia na unidade antes e depois da instalação da usina, avaliando a inserção de harmônicos e reativos na rede.

De acordo com Alysson Fernandes “um ponto a ser analisado ainda é a possibilidade de conseguirmos baixar um pouco mais o valor total da conta de energia do campus que, devido ao nosso consumo, ainda pode ser considerada um pouco elevada”. Assim, os estudos que estão sendo desenvolvidos, incluindo projetos de pesquisas e Trabalhos de Conclusão de Curso, serão fundamentais na identificação de problemas e soluções no que tange à questão de uso e geração de energia.

Leia as matérias anteriores: 

• IFMG implanta oito usinas fotovoltaicas e entra na era da energia renovável
• Leste de Minas: economia de energia em São João Evangelista e Valadares chega a 11%
• Região Metropolitana: Betim e Ribeirão das Neves são pioneiros na utilização da energia solar
• Energia sustentável gera economia nos campi Congonhas e Ouro Preto