Adélia, a poesia e a vida (+ Convite para o 3º encontro do Diálogos)

No dia 26/4/17, aconteceu o segundo encontro do “Diálogos”, dessa vez, no Centro Cultural Nelson Mandela, onde todos tiveram uma calorosa recepção. O texto debatido foi o poema duplo “A poesia, a salvação e a vida”, da mineira Adélia Prado. Esse poema se encontra no livro “O coração disparado”.

A obra de Adélia é marcada pela religiosidade. Ela retrata a fé de modo vívido e as situações do dia a dia de uma forma que remete ao passado, por meio do uso de metáforas. A filosofia principal da autora é que “qualquer lugar é a casa da poesia”. Isso nos leva a pensar e concluir que a poesia está em todo lugar. Para Adélia, a poesia é uma forma de subversão: ela enxerga a poesia em situações que, para uma pessoa mais “desatenta”, seria apenas banalidade. Na visão da poetisa, coisas simples estão revestidas de grandiosidade. Dessa forma, sua poesia nos transporta de uma esfera natural para uma dimensão transcendental.

Inicialmente, para entender o poema, além das características citadas, foi preciso entender que se tratava de algo muito pessoal, provavelmente retirado do fundo das memórias e lembranças da autora. Além disso, foi necessário se atentar aos mínimos detalhes que deixamos passar despercebidos no cotidiano, pois é neles onde se encontra a verdadeira beleza da vida.

Apesar de causar uma estranheza inicial, após certa análise nos vimos numa situação de extrema clareza, não só para a compreensão do poema, mas também para uma compreensão melhor da própria vida. 

A diversidade de opiniões foi vasta: alguns acharam que o poema era, de fato, uma lembrança da infância de Adélia; outros, que não se referiam a esta, etc. E foi essa grande variedade de opiniões que deixou a todos com um gostinho de quero mais.

O terceiro encontro será no dia 26 de maio, na sala 1 do nosso campus, às 12h45. Na ocasião será discutido o discurso “O perigo de uma única história”, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Venham dialogar conosco!

O texto acima foi escrito pelas alunas Alícia Vieira (1º TMA) e Clarisse Gualberto (3º TST), colaboradoras diretas do Projeto “Diálogos”.