Maio Verde
O dia 16/05 é dedicado à conscientização sobre a Doença Celíaca, uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Estima-se que 2 a 2,5 milhões de brasileiros tenham a doença celíaca e 80% não sabem que são portadores. Sendo assim, apesar de sua prevalência, a doença ainda é pouco conhecida e diagnosticada em muitos casos, o que pode levar a complicações de saúde. A doença celíaca é comum em todo o mundo e sua prevalência aumentou significativamente nos últimos 20 anos.
O que é doença celíaca?
Doença celíaca é uma doença autoimune causada pela intolerância ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, cevada, centeio, e seus derivados, como massas, pizzas, bolos, pães, biscoitos, Ela acontece quando o organismo não consegue digerir o glúten, ocasionando uma resposta autoimune do corpo contra o intestino o que provoca dificuldade ao organismo para absorver os nutrientes dos alimentos, vitaminas, sais minerais e água.
A predominância da doença ocorre no sexo feminino. A doença celíaca é hoje conhecida por afetar todas as faixas etárias, inclusive os idosos; mais de 70% dos novos pacientes são diagnosticados acima dos 20 anos. O risco de ter doença celíaca é muito maior em parentes de primeiro grau (até 10%) e menor em parentes de segundo grau, em pessoas com diabetes mellitus tipo 1 e outras doenças autoimunes, Síndrome de Down e outras doenças associadas. Podem ocorrer complicações durante a gravidez ou o puerpério em até 17% das pacientes.
Sintomas
Os sintomas, em geral, aparecem entre os seis meses e dois anos e meio de vida. No entanto, isso não é regra. Portadores da doença podem manifestar os sintomas na fase adulta:
- diarreia ou prisão de ventre crônica;
- dor abdominal;
- náuseas ou vômitos
- inchaço na barriga;
- falta de apetite;
- osteoporose;
- anemia;
- perda de peso e desnutrição
- baixa estatura (crianças).
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por exame clínico com médico especialista, que vai analisar os sintomas. Endoscopia com biópsia do intestino, exames de sangue e/ou dieta restritiva sem glúten também podem ser requeridos pelo médico.
Tratamento
O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem. A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares.
Atualmente já é possível encontrar vários tipos de alimentos sem glúten nas prateleiras dos supermercados. Há diversos tipos de farinhas e amidos que podem ser substituídas nas preparações que anteriormente utilizavam farinha de trigo, é o caso das farinhas de oleaginosas, polvilho doce ou azedo, fubá, amido de milho, farinha de arroz, etc. É obrigatório pela Lei nº 10.674/2003 que todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a presença ou não de glúten, para resguardar o direito à saúde dos portadores de doença celíaca.
A doença celíaca não tem cura, por isso, a dieta deve ser seguida rigorosamente pelo resto da vida. É importante que os celíacos fiquem atentos à possibilidade de desenvolver câncer de intestino e a ter problemas de infertilidade.
Contaminação cruzada
Uma grande dificuldade para os celíacos é a contaminação cruzada. A contaminação cruzada ocorre quando há transferência de contaminantes de um alimento ou utensílio para alimentos que serão consumidos. Pode ocorrer nas diferentes etapas do processo de produção do alimento: pré-preparo, tratamento, armazenamento, transporte, serviço. São fontes de contaminação: esponjas, panos de prato, talheres, óleo para fritura, dentre outros. O ideal seria que o celíaco só consumisse alimentos de cozinhas descontaminadas.
Mais informações www.maioverde.com.br
Referências
Biblioteca Virtual em Saúde Ministério da Saude https://bvsms.saude.gov.br/16-5-dia-mundial-de-conscientizacao-sobre-a-doenca-celiaca/
Federal Brasileira de Gastroenterologia
https://fbg.org.br/acao-social/acao-social-maio-verde-conscientizar-sobre-doenca-celiaca/