conteúdo

Varíola dos Macacos

publicado 01/09/2022 14h01, última modificação 01/09/2022 14h01

O que é varíola dos macacos (monkeypox)?

A varíola dos macacos (monkeypox) é uma doença zoonótica viral, causada pelo vírus Monkeypox, que ficou conhecida com esse nome por ter sido identificada primeiro nos macacos,  sendo detectada em humanos a partir de 1970.

Como ocorre a transmissão?

A principal forma de transmissão da varíola dos macacos ocorre por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias. Ocorre, principalmente, por meio do contato direto pessoa a pessoa com as erupções e lesões na pele, fluidos corporais (tais como pus, sangue das lesões) de uma pessoa infectada. Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva.

A infecção também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, ou objetos como utensílios e pratos, que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa doente. Uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até a erupção ter cicatrizado completamente e uma nova camada de pele se formar.

Quais são os principais sinais e sintomas?

Os principais sinais e sintomas da doença geralmente incluem: erupções cutânea ou lesões de pele, linfonodos inchados, febre, dores no corpo, dor de cabeça intensa, calafrio e fraqueza.

A erupção geralmente começa de um a três dias após o início da febre. As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões em uma pessoa pode variar de algumas a milhares de lesões. As erupções geralmente se concentram no rosto, nas palmas das mãos e nas solas dos pés, mas também podem aparecer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, genitais e no ânus. A doença normalmente evolui para quadros leves e moderados e as manifestações geralmente duram de duas a quatro semanas e desaparecem sozinhas sem tratamento.

Imagem mostra como as lesões cutâneas evoluem até secarem

(Crédito: UK Health Security Agency)

E se eu ficar doente, o que devo fazer:

Se você achar que tem sintomas compatíveis de monkeypox, procure uma unidade de saúde para avaliação e informe se você teve contato próximo com alguém com suspeita ou confirmação da doença. Se possível, isole-se e evite contato próximo com outras pessoas. Higienize as mãos regularmente e siga as orientações para proteger outras pessoas da infecção. O isolamento deve acontecer durante o período de transmissão da doença, que , normalmente, dura de 2 a 4 semanas. O fim do isolamento, porém, depende da cicatrização total das lesões de pele, e só pode ser determinado após avaliação médica.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da monkeypox é realizado de forma laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético. A amostra a ser analisada será coletada, preferencialmente, da secreção das lesões e quando já estão secas, o material encaminhado são as crostas das lesões.

Como é o tratamento da varíola dos macacos?

Ainda não há medicamento específico e aprovado para o tratamento da monkeypox no Brasil. Hoje o tratamento da doença no país é baseado em medidas de suporte com o objetivo de aliviar sintomas, prevenir e tratar complicações e evitar sequelas.

 Como prevenir a doença?

  • A principal forma de proteção contra a monkeypox é a prevenção. Assim, aconselha-se a evitar o contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença. E no caso da necessidade de contato (por exemplo: cuidadores, profissionais da saúde, familiares próximos e parceiros, etc.) utilizar luvas, máscaras, avental e óculos de proteção.
  • Pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão.
  • Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies que possam ter entrado em contato com as erupções e lesões da pele ou secreções respiratórias (por exemplo, utensílios, pratos).
  • Lave as roupas de cama, roupas, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente. Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados (por exemplo, curativos) de forma adequada.
Todas as pessoas com sintomas, compatíveis de monkeypox devem procurar uma unidade básica de saúde imediatamente e adotar as medidas de prevenção.

Existe vacina contra a varíola dos macacos?

Existem algumas vacinas recomendadas para a varíola dos macacos. O Ministério da Saúde está em negociação junto à Organização Mundial de Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde para que as vacinas sejam adquiridas e disponibilizadas para a população brasileira. Porém, ainda são limitadas as evidências sobre a efetividade das vacinas disponíveis, que foram criadas originalmente para varíola, doença erradicada do mundo em 1980; e não para varíola dos macacos, que é responsável pelo atual surto. Dessa forma, a prevenção é a medida mais importante.

Existe o risco de se transformar em um surto maior?

Monkeypox geralmente não é considerado altamente transmissível porque requer contato físico próximo com alguém que é infeccioso (para se espalhar de pessoa para pessoa). O risco para o público em geral é baixo. A Organização Mundial de Saúde está respondendo a esse surto como uma alta prioridade para evitar uma maior disseminação. Identificar como o vírus está se espalhando e proteger mais pessoas de serem infectadas é uma prioridade para a OMS. A conscientização dessa nova situação ajudará a interromper a transmissão.

FONTES DAS INFORMAÇÕES:

registrado em: