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Esporte adaptado: inclusão e oportunidade
Alunos do 2º ano do curso Técnico Integrado em Edificações do Campus Santa Luzia, tiveram a oportunidade de conhecer e discutir a inclusão por meio do esporte. A atividade é parte integrante da disciplina Educação Física, ministrada pelo Professor Dr. Paulo Viera e tem como objetivo ampliar a discussão de temas como acessibilidade, necessidades educacionais especiais, políticas positivas, inclusão social e diversidade.
O passaporte para participar da atividade era estar com os olhos vedados, para que assim os participantes pudessem se sensibilizar com a condição de não videntes, ou seja, de cegos.
Para o professor Paulo a oportunidade tem como objetivo central proporcionar aos discentes, experiências teórico práticas visando estimular a criticidade quanto ao objeto inclusão social. Ao final desta etapa da formação acadêmica espera-se que os participantes deste projeto pedagógico, possam atuar criticamente em suas futuras áreas de conhecimento como defensores de políticas públicas que visem a inclusão das pessoas com deficiência física nos diversos espaços de convivência".
A roda de conversa contou com a presença dos atletas deficientes visuais Anderson Coelho (provas de 800, 1500, 5000 e 10000 metros rasos) e Izabela Silva (arremesso de peso e lançamentos de dardo e disco) Anderson de Souza Coelho perdeu a visão aos 19 anos ao levar seis tiros, sendo que um deles o atingiu na cabeça, levando-o à perda da visão. Ao buscar uma instituição que trabalha com educação, reabilitação e integração de deficientes visuais, Anderson foi encaminhado para a ADEVIBEL (Associação dos Deficientes Visuais de BH) nesse local se tornou independente e conheceu o atletismo, passando a competir qualificando-se entre os três melhores corredores de pista da categoria T11 (referente a cegos totais). Em suma, os paratletas brasileiros têm se destacado no cenário internacional, conquistando importantes títulos como medalhas paralimpicas e em campeonatos mundiais. Esse é o caso de Izabela Silva Campos, depois de contrair sarampo aos 6 anos perdeu a visão. Após uma vida de exclusão social, Izabela conheceu o atletismo como forma de atividade física. Todavia, destacou-se nas provas do arremesso de peso e lançamento do disco inclusive representando o Brasil nos Jogos Paralímpicos de Londres 2012, terminando na sétima colocação no arremesso. O ponto alto de sua trajetória ocorreu no Rio 2016, com a marca de 32m60, a qual levou-a ao bronze na classe F11 do lançamento do disco. Atualmente, a atleta prepara-se para Paralimpiada de Tóquio 2020.
Para finalizar o debate dos assuntos acessibilidade e inclusão, os alunos do 2º ano, divididos em grupo, realizarão um trabalho final no qual ministrarão as práticas adaptadas do xadrez, judô, bocha, Futebol de cinco e atletismo (corridas) visando ampliar as experiências nos esportes adaptados para deficientes.